Aqui na E.E.B Theodoro Becker, onde recebemos os laptops do projeto UCA, o Metasys não recebeu uma boa avaliação dos professores, e gestores da escola. Presenciamos um número muito elevado de ocorrências que prejudicavam o andamento das aulas, como travamentos, lentidão, softwares que não atendiam às necessidades pedagógicas etc...
Outro fator que percebemos ser dificultador para os alunos, era o fato de o Metasys Classmate trazer como interface gráfica, o KDE (K Desktop Environment). O KDE é uma excelente interface gráfica para Gnu/Linux, porém o seu foco é voltado para desktops, e para computadores com uma capacidade de processamento maior do que os laptops do UCA podem oferecer. Além disso, seu design é extremamente refinado, com contornos, botões e menus exageradamente detalhistas e por vezes, com um visual muito poluído. Leva-se em consideração que muitas crianças, principalmente as que ainda estão na educação infantil, em uma faixa de 3 anos, ainda não tem coordenação motora suficiente para navegar (através de um touchpad) em uma interface tão detalhista como o KDE.
Partindo do fato dessas experiências ruins, aliado à grande empatia que temos por Software Livre, tomamos, em conjunto, a decisão de fazer alguns testes com o Ubuntu (distribuição Gnu/Linux, baseada em outra distribuição que serve de base para muitas outras distribuições, o Debian), mais especificamente com o Ubuntu Netbook Remix, que é a versão do Ubuntu com foco em netbooks e laptops. Eis abaixo alguns dos motivos pelos quais preferimos migrar para o Ubuntu:
O Ubuntu é a distro Gnu/Linux mais usada no mundo. É responsável por uma gigantesca revolução no mundo do software livre. Foi a distro que fez com que o Gnu/Linux se popularizasse entre pessoas que não tem nenhum conhecimento avançado sobre informática, pelo fato de seu uso ser relativamente simples e intuitivo.
Sua interface padrão para desktops é o GNOME (GNU Network Object Model Environment). O GNOME é uma interface gráfica mais simples de usar que o KDE, seu visual é mais limpo e mais intuitivo. Além disso, o Ubuntu Netbook Remix, traz uma versão do GNOME adaptada às telas pequenas, como o caso dos laptops UCA.
Sua comunidade é de longe, a maior do mundo, quando falamos de distros Gnu/Linux. Isso é um diferencial, pois faz com que haja uma contribuição muito maior para com o seu desenvolvimento, pois devemos levar em conta, que quem desenvolve uma distro Linux não é uma única empresa, e sim seus milhões de usuários espalhados pelo mundo. Uma distro Linux não é feita apenas pelo que podemos ver em um computador.
Existem muitos mais programas para o Ubuntu do que qualquer outra distribuição Linux.
O Ubuntu é suportado por uma das maiores empresas de Software Livre do mundo, a Canonical. Isso é algo que nos traz ainda mais segurança e a certeza de que o Ubuntu é uma distro que veio pra ficar e que durará muitos anos. Muitas distribuições de menor porte, nascem e morrem como um suspiro, deixando muitas vezes, usuários fiéis à deriva. O que não é e não será o caso do Ubuntu.
Além disso, existe ainda uma questão ideológica muito forte, que nos induziu a escolher o Ubuntu. Aqui em Brusque, nós temos uma longa história com o Software Livre e com o Ubuntu. Nós valorizamos a independência tecnológica. E com a experiência que viemos tendo com o Ubuntu ao longo dos anos, não haveria motivos para não o escolhermos.
Na verdade, temos muitos outros motivos bastante fortes que fundamentam nossa decisão, porém esse não é o objetivo deste artigo. Mas estamos abertos à discussões e trocas de ideias sobre esse assunto
A decisão de migrar ou não, dependerá da filosofia de cada escola. Nós sabemos o que é melhor para a nossa cidade, para a nossa escola e para as nossas crianças, os nossos alunos. Mas caso, a sua escola escolha por fazer a migração, ficaremos muito felizes por ter mais um aliado nessa empreitada em prol do software livre.
Preparativos para a migração
Primeiramente, precisamos esclarecer o porque de usarmos o Ubuntu Netbook Remix em sua versão 9.10, e não versões mais novas com a 10.04 ou 10.10:
1º O Netbuntu 10.10, foi logo descartado, pelo fato de a sua interface ter mudado radicalmente em relação às versões anteriores. Ela já não trás o UNR, aquele “plasma” no desktop, que disponibiliza ao usuário uma acesso rápido aos aplicativos do sistema. Além disso, notamos que ela possui um “peso” notavelmente maior que as versões anteriores.
Veja que a versão 9.10 disponibiliza um acesso rápido aos aplicativos
Já a versão 10.10 não traz o UNR. Possui apenas uma barra de ferramentas do lado esquerdo, e que não pode ser encoberta por nenhum aplicativo, consumindo um espaço precioso nas pequenas telas dos Classmates
2º O Ubuntu netbook Remix 10.04 seria a melhor opção para nós, justamente por ser LTS, ou seja, ele oferece um suporte duas vezes maior que as suas versões normais. Mas a sua instalação apresentou alguns problemas, e o principal deles, era que ela não funcionava direito em qualquer tipo de pendrive. Fizemos testes em vários pendrives (algo em torno de uns 5 ou 6), e o único que funcionou foi um pendrive da HP. Em pendrives da Kingston (que são os mais populares), a instalação não dava certo. Na verdade, a instalação ocorria normalmente, mas depois de instalado, o sistema não “subia”. Talvez esse seja um problema possível de se resolver, mas como a migração ocorre em larga escala, seria muito inconveniente “consertar” toda instalação recém-terminada em 400 laptops.
Preparando os pendrives para torná-los bootáveis
Após concluir o download da imagem ISO do Ubuntu Netbook Remix. É hora de preparar o pendrive que irá recebê-la e se tornar bootável. Neste procedimento nós utilizamos um programa chamado USB Creator, que já vem instalado no Ubuntu. Mas é possível fazer o mesmo com um outro programa chamado Unetbootin, a vantajem deste último é que ele também pode ser instalado no Windows, ou seja, você pode usar um computador com Windows para prepara o pendrive com o Ubuntu. Veja um tutorial bastante simples sobre o Unetbootin neste link:
Você pode baixá-lo neste link:
http://www.baixaki.com.br/download/unetbootin.htm
Já se preferir usar o mesmo procedimento que nós seguimos para transformar o pendrive em uma mídia bootável, siga este tutorial:
1º Insira um pendrive (de preferência da marca Kingston, e não se esqueça que todos os dados que estiverem armazenados no pendrive serão apagados) na entrada USB do seu computador. Vá em >>Sistema>>Administração>> Criador de discos de inicialização.
2º Na janela que abrir, clique no botão “Outro”.
Gedimar - professor-motivador do ESPIN (autor do texto)
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